O termo Turismo 4.0 ficou muito comum no contexto da pandemia. De maneira geral, define o viajante ultraconectado e todo um conjunto de comportamentos relacionados a isso. Sem a possibilidade de viajar ou com restrições severas em relação a elas, a internet passou a ser uma alternativa.
Mesmo com os piores estágios da crise sanitária causada pela covid-19 tendo passado, o desenvolvimento das tecnologias digitais continuou. Assim, o Turismo 4.0 passou a definir de maneira geral todo um conjunto de mudanças no universo do turismo devido às tecnologias digitais.
Dessa forma, as aplicações do Big Data, Realidade Aumentada, Sistema de Análise de Dados, Internet das Coisas, Inteligência Artificial ou Realidade Virtual no setor do Turismo, por exemplo, definem bem aquilo que tem sido chamado de Turismo 4.0.
Mas existem também implicações comportamentais relacionadas a uma digitalização do setor do turismo. O Turista 4.0, já completamente imerso em uma realidade totalmente digitalizada, tem comportamento cada vez mais imediatista e exigente, e ao mesmo tempo ele tem um nível de informações sobre o todo de sua experiência turística, do destino procurado até os serviços das empresas que os atendem.
Efetivamente, uma empresa do setor de turismo que não entenda como a realidade da tecnologia 4.0 implica o mercado tende a perder várias oportunidades, em um cenário mais otimista.
Em um mais pessimista — ou realista, a depender da perspectiva —, a empresa de turismo que não compreender o que é o Turismo 4.0 irá se perder completamente, ficando à parte da dinâmica predominante do setor.
Como o Turismo 4.0 implica a realidade atual do setor?
As tecnologias 4.0 modificaram toda a economia do século 21. No setor do turismo, não é diferente. Hoje, as empresas do setor precisam atender ao chamado Turista 4.0, que hoje viaja sob uma dinâmica totalmente formada pelas tecnologias digitais.
Quem é o Turista 4.0?
Para seguir a discussão, é preciso explicar quem é o Turista 4.0. Trata-se de um termo que define o comportamento de turistas que usam as tecnologias digitais em todo o processo da viagem e na própria viagem em si.
Desde a escolha do destino, passando pelas reservas de viagens e hospedagens, até os registros da experiência nas redes sociais e o feedback imediato dos serviços, tudo é permeado pela tecnologia.
Uma característica central do Turista 4.0 é sua relativa independência. Se antes o turista dependia das informações fornecidas pelos pacotes oferecidos em cada sistema para agência de viagens ou em guias impressos, o Turista 4.0 já tem uma quantidade enorme de informações sobre o destino e os produtos turísticos que oferece antes mesmo de procurar qualquer empresa.
Outra particularidade é que o Turista 4.0 tende a desafiar as empresas de turismo ao exigirem experiências cada vez mais diversas, uma vez que a quantidade de informações às quais têm acesso dos destinos turísticos criam demandas por atrações que fogem do tradicional.
Há, por fim, demandas maiores por integração de experiências e serviços. O Turista 4.0 demanda por hotéis, passagens, passeios e tudo o mais que envolve a experiência turística precisam estar sempre ao alcance das mãos, preferencialmente tudo na mesma plataforma.
Maiores demandas por personalização
O Turismo 4.0 é caracterizado fortemente pela demanda por serviços cada vez mais personalizados. O Turista 4.0 quer uma personalização cada vez maior naquilo que adquire das empresas turísticas, em todas as etapas de sua experiência.
Por isso, as empresas de turismo, sobretudo as maiores, recorrem à análise massiva de dados e aos usos de inteligência artificial para criar produtos personalizados para seus clientes, para elaborar estratégias de marketing ou ainda adaptar produtos já prontos às demandas apresentadas para os turistas, dentre outros pontos.
Mesmo os destinos turísticos têm incluído essas demandas nas suas políticas de incentivo ao turismo. Assim, aumenta a demanda por uma maior interlocução entre os destinos e suas atrações com as empresas, de maneira a atender a gostos cada vez mais exigentes dos turistas.
Outro ponto importante é que na era do Turismo 4.0 as empresas têm de lidar com feedbacks imediatos e com grau substantivo de circulação de seus clientes, por meio das redes sociais. A experiência da viagem, boa ou ruim, é registrada, compartilhada e, eventualmente, viralizada.
Considerando essa realidade e um comportamento marcadamente imediatista do Turista 4.0, as empresas do setor de turismo precisam ter bastante atenção em todas as etapas da viagem e um bom “jogo de cintura” em caso de reações negativas publicadas.
Otimização de processos internos como necessidade
Atualmente, ter um sistema para agência de viagens é praticamente obrigatório para quem atua no setor. Um sistema como o da Excapy, que tem planos dos mais básicos até alguns mais completos, tem cada vez mais uso devido a uma crescente necessidade de otimizar processos das empresas.
E como seria essa otimização de processos? Uma primeira resposta nesse sentido diz respeito a trazer para a mesma plataforma os variados processos de vendas de produtos turísticos. Além disso, é preciso considerar a necessidade de automação quanto a ações como check-in/check-out, pagamentos ou reservas.
Diante das demandas de clientes cada dia mais exigentes e que pedem mais e mais personalização, processos manuais precisam ser evitados ao máximo, diminuindo a quantidade e impacto de erros.
Além do mais, as empresas precisam de ter suporte cada vez mais robusto e dinâmico para melhorar sua produtividade e elaborar estratégias, precisando de dados cada vez mais precisos.
Impactos no marketing
O Turismo 4.0 exige mudanças drásticas no marketing. Atualmente, não basta elaborar guias com informações gerais sobre destinos e sobre pacotes que levam a eles acreditando que isso consistirá em alguma estratégia competitiva.
As estratégias de marketing para Turistas 4.0 devem ser, ao máximo, segmentadas, direcionadas aos perfis e públicos almejados pelos produtos. Para que isso seja efetivo, o marketing de conteúdo e a publicidade direcionada assumem importância central.
As redes sociais são plataformas importantes para ações de marketing em um mercado cada vez mais digitalizado de turismo. Uma pesquisa recente conduzida pela consultoria Schofields, no Reino Unido, mostrou que nada menos de 40% das pessoas com idades entre 18 e 33 anos consideram as possibilidades de postagens no Instagram para escolher seus destinos turísticos.
Ainda nas redes sociais, os influenciadores digitais também são importantes no marketing do setor de turismo. Dados de 2022 para a Associação Brasileira de Blogueiros de Viagens (ABBV) mostram que 92% das empresas levam em conta digital influencers em suas estratégias de marketing.
E nesse caso, dos grandes influenciadores — com muitos milhares ou milhões de seguidores — até os perfis locais ou de nichos específicos — com alguns milhares, de um público segmentado —, existem possibilidades e oportunidades nesse sentido.
Competitividade crescente
Diante de tudo que falamos até aqui neste artigo, o Turismo 4.0 implica em mais competitividade entre as empresas do setor do turismo. A globalização da economia, juntamente com a demanda constante de inovação e personalização de serviços, bem como a otimização dos processos das empresas são fatores que contribuem para essa realidade.
O ponto aqui é que as empresas de turismo precisam se preparar para uma dinâmica de uma economia 4.0. Elas devem, por exemplo, saber como lidar com novas tecnologias e buscar cada vez mais automatizar processos, tornando-os mais eficientes.
Os gostos dos clientes e suas demandas também costumam ser bastante voláteis, o que é um desafio grande quando se trata de personalizar produtos e serviços. Nesse caso, quem tiver mais capacidade de inovação e comunicação sai na frente.
A comunicação também é fundamental. É necessário que as empresas de turismo tenham em vista que em uma realidade já completamente tomada por tecnologias digitais e conexão nas plataformas virtuais a construção da reputação da empresa é um processo complexo, que exige cuidados e estratégias e que pode ser comprometido de um instante para outro.
Considerando todos esses fatores, há uma crescente competitividade entre as empresas de turismo que deve ser considerada quando se trata de Turismo 4.0.
Conclusão: como empresas de turismo podem lucrar com o Turismo 4.0?
O Turismo 4.0 define uma realidade em que o setor do turismo se integra com as tecnologias digitais. E usar bem as tecnologias digitais, hoje, não é um mais apenas um diferencial para as empresas, mas um imperativo.
Atualmente, a empresa que não usar bem as tecnologias digitais irá perder clientes e negócios, além de conseguir, quando muito, uma divulgação precária de seus produtos e serviços.
Por isso, é preciso ter em mente que o Turismo 4.0 já deixou de ser uma expectativa para o futuro ou uma tendência do mercado, sendo hoje a sua realidade. As empresas precisam vender produtos turísticos para clientes que tomam decisões considerando o que recebem nas redes sociais, são cada vez mais informados sobre seus destinos e demandam por personalização, sem contar que são menos tolerantes a imprevistos e erros.
É preciso ter todos esses fatores que compõem um mundo cada vez mais digitalizado para se ter sucesso no mercado do turismo.
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